Praça Jacques Cartier, na cidade velha, no primeiro sábado em que eu estava em Montreal - tarde geladissima! |
As partes velhas das cidades, onde de fato elas começaram, me dão uma maravilhosa sensação de poder tocar a história. Talvez por que tenha nascido muito perto de uma delas. Já percorri muitas cidades e sempre se sei que existe o "bairro velho", a "cidade velha", a "cidade amuralhada", o "centro histórico", lá vou eu para tirar algumas boas fotos!
Desde o Old Port, esta foto num dia gelado de abril...meu primeiro final de semana em Montreal |
Vi uma das fotos tiradas da Old Port, de onde se vê toda a cidade (velha e nova), seus prédios e parte do Rio São Lourenço. Me imaginei por lá, por ali. E quando cheguei aqui, fui pra lá no meu primeiro final de semana.
E fiquei fascinada! Já voltei mais duas vezes e voltarei tantas possa. Acho que não só a história, que ali pouco se aprecia, mas as oportunidades de fotos, as pessoas, o movimento, a diferença das árvores, dos parques, tudo provoca qualquer um.
Um pouquinho só de história...
Em 1535, registrou-se que Jacques Cartier (navegador francês) havia navegado no Rio São Lourenço acima, ou seja, sentido da desembocadura à nascente, passou por Quebec onde havia uma aldeia iroquesa e seguiu, buscando ouro na ilha de Montreal. Mas foi impedido de continuar porque logo aqui "perto", em Lachine, o Rio São Lourenço fica mais violento e com cascatas, difícil de navegar. Engraçado é que o professor falou exatamente sobre isso na sala, hoje. Eu perguntei porque se chamava canal (buscando apartamento aqui, descobri muitas coisas, uma delas é que alguns apartamentos oferecem vista para o canal...que canal? como assim "canal" se é "rio"). Ele me disse que ali, em Lachine, ao sul da Ilha de Montreal, o Rio São Lourenço é muito agitado e é muito bom para a prática de rafting. Então, construiram o canal artificial para facilitar a navegação naquela parte do rio.
Praça Jacques Cartier e, ao fundo, o Old Port. |
Em 1642, a França enviou um grupo de 50 pessoas para cristianizar a Ilha de Montreal, onde os iroiqueses já não estavam. Construiu ali um forte, criando a cidade Ville Marie de Montreal. Mas os indios iroqueses, furiosos que os franceses mantinham comércio com seus inimigos, tentavam sem parar, ataques ao forte, sem sucesso.
Montreal se transformou num grande centro de comércio de peles e impulsionou a criação da Nova França e do império francês na América.
E foi ali, na Praça Jacques Cartier que o comércio se desenvolveu. Pertinho do porto velho, a praça ainda é lugar principal para todos. O comércio acontecia ali.
Hoje
Gosto de ir até lá para ver pessoas se apresentando, gente reunida.
Ao redor, ainda vemos casas antigas, mas nem tanto.
Na esquina, um restaurante bem italiano, que não conseguiram me atender. |
Sentei numa das mesas do restaurante italiano e fiquei ali...esperando! O garçom, muito jovem, corria de um lado para o outro. Tentei falar com ele e dizer que iria voltar mais tarde, mas nem isso consegui. Saí à francesa! Fui tomar uma sopa...
Mas vá lá, sim aos domingos, para caminhar, andar de bicicleta, pegar um ar frio do Rio São Lourenço. Mas não faça como eu fiz - fui num dia gelado e ventoso! Ui!
Mas até para isso servem os fotógrafos - para registrar o que algumas pessoas não gostariam!
Tem gente que não teme o frio e se diverte mesmo assim!!! |
Outros sobrevivem com o frio |
Loja de souvenirs na Praça Jacques Cartier - desta não gostei muito! |
Praça Jacques Cartier e as pessoas vendo a apresentação de um malabarista bem engraçado; em dias ensolarados, as pessoas costumam sair de casa, aproveitando o sol, enchem os parques. |
Num dia mais quente, mais gente na rua - o primeiro final de semana de calor deste ano |
A rua Notre-Dame atravessa o centro velho e a Basílica Notre-Dame fica bem ali, majestosa! |
O porto velho hoje, é parque, lugar de turismo, do centro de ciências de Montreal, das docas, do iate clube e de lugares para caminhar, brincar, fazer piqueniques e boas fotos.
As docas do Porto Velho |
Em abril, ainda bem friozinho! |
O que sei é que mesmo com tudo, pessoas se matam nas linhas do metrô. Triste demais, por que nem sepre conseguem e ficam com sequelas permanentes. Ninguém diz nada. Não se sabe ao certo se realmente foi um suicídio. Mas as linhas do metrô param, em geral, pelas manhãs quando todos vão ao trabalho ou às escolas. Algumas vezes visam que houve intervenção de ambulância, mas não dizem aonde. Dizem - "entre as estações tal e tal!"
O problema é grave. Vi avisos nos vagões - "se pensar em suicídio,fale conosco!", e um numero de telefone ao lado. As sequelas são também para quem vê, bem como para o motorista do vagão!
Mas vamos continuar. Vejam detalhes do centro velho!
Preferi deixar o sorete para um dia mais quente! |
Prefeitura de Montreal e a Praça Jacques Cartier |
Prefeitura de Montreal e a Rua Notre-Dame |
Os mais resistentes!!! |
Boas lojinhas!!! |
O que será que iria sair dessa caricatura? |
E desta? |
Esta menina estava bem curiosa... |
Vai um passeio? Como em Cartagena, só se dividir! R$90,00 pela hora.. |
Praça Jacques Cartier, o "coração" da cidade velha, num dia de sol e calor. |
Cúpula do Mercado Bonsecours, na cidade velha - o primeiro mercado da cidade amuralhada do passado aloja hoje lojas de artesanatos e lanchonete |
Um dos melhores passeios no porto velho - percorrer todos os cantos |
No velho porto, oportunidades para as crianças se divertirem |
Iate clube e a Torre do Relogio, ao fundo |
Parque do Porto Velho! perto da Torre do Relógio, presente dos ingleses! |
De qualquer forma, acho que eles de fato não ligam para a moda. Qualquer um se veste do seu jeito. É a maneira de aceitar o "mix cultural" de Montreal, onde as mulheres usam tanto shots cavadíssimos como turbantes negros e óculos escuros dentro dos prédios.
Um dos espaços do velho porto é ir até a Torre do Relógio |
Voltarei mais algumas vezes à Cidade Velha e ao Porto. Impossível não ver as novdades e saber mais coisas sobre o lugar. As cores vão mudando com as estações. Quando cheguei era tudo branco, árvores sem folhas, tudo cinza e as pessoas de cascos pretos. Hoje, o verde e o azul predomina, por que o céu é mais vibrante e as águas do rio estão transparentes.
E para concluir este post, uma leve saboreada no restaurante luso-brasileiro - Uma "cassava" (aipim), uma cerveja local e, de lambuja, ganhei uma banana frita. Bela combinação "embuchante" para terminar o dia!
Mas a cerveja estava maravilhosa!
Pena que os garçons nem "arranhavam" o português - apenas a hoster!
Mas aí, é pedir demais!
No livro " O grande mentecapto" de Fernando Sabino, há um trecho que ele diz: "todos nós somos um pouco viramundos, ou pelo menos trazemos no íntimo um irrealizada vocação de peregrinos, mas o que nos faz largar um pouso é a procura de outro pouso. Disfarçamos com pretextos soezes a nossa viramunda destinação de nômades a deambular por este mundo de Deus, e nos tornamos viajantes, bandeirantes, itinerantes, emigrantes, visitantes... " . Ver as tuas fotos e esses lugar vem uma vontade viramunda de ser... Muito legal o blog e atiça na gente aquela vontade de sair e ir por aí também... Go ahead...
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