Andei deixando o blog por tempo suficiente.
Durante minhas viagens pelo Canadá, esteve bastante ativo.
Fazer um blog não é fácil - leva tempo, às vezes muito tempo!
mas
levando em conta de que ja havia ido a Colômbia, pouco tempo antes e já fui
duas vezes ao Uruguay, estou retomando meus relatos, que meus amigos sempre
esperam.
Nem todos esperam, sei disso, mas sei que "alguns" esperam.
Os motivos são vários - porque querem saber por onde exatamente estive e se recomendo este ou aquele lugar para eles irem - e como meus amigos são também viajados, querem ver fotos dos lugares que eles já conhecem.
O blog "PELA MINHA VIDRAÇA" é muito mais um relato de fotos. É um relato do que vejo por onde ando, andei e andarei ainda.

Os motivos são vários - porque querem saber por onde exatamente estive e se recomendo este ou aquele lugar para eles irem - e como meus amigos são também viajados, querem ver fotos dos lugares que eles já conhecem.
O blog "PELA MINHA VIDRAÇA" é muito mais um relato de fotos. É um relato do que vejo por onde ando, andei e andarei ainda.
Falando nelas e
sobre elas, acabo contando causos e narrando o que elas escondem. Dicas? Bem, elas vêem
sozinhas.
Então, vamos iniciar nossa sessão Uruguay - mais conhecida como República Oriental del Uruguay.
Momento cultural - o nome do país já explica onde está localizado - uma república do lado oriental do Rio Uruguay. O Rio Grande do Sul também está na mesma localização, porém um pouco mais ao norte. Entre eles, a maior parte é fronteira seca (sem rios). Por causa disso e da própria história dos dois lugares - pelas disputas de fronteiras - o Rio Grande do Sul foi invadido pelo Uruguay como o Uruguay foi invadido pelo, na época, Império do Brasil.
Então, vamos iniciar nossa sessão Uruguay - mais conhecida como República Oriental del Uruguay.
Farol de Colonia del Sacramento |
Esta história é muito viva em algumas regiões. A cidade de Colonia del Sacramento, por exemplo, foi fundada por portugueses e motivo de muitas batalhas.
Não vou entrar em explicações históricas, mas para resumir, quando Colonia del Sacramento foi finalmmente, posse dos "castelhanos" uruguaios, os portugueses que lá moravam foram presos ou fugiram - alguns para a Argentina, outros para Rio de Janeiro e outros para Rio Grande e Pelotas, onde nasci e moro. Isso pra dizer que está tudo interligaddo e gravado "a ferro e braza" na minha história pessoal.
E não pára por aí - meus pais, se conheceram em Montevideo. Estou mergulhada até o pescoço neste mundo do sul da América do Sul.
Esta terra é cheia de histórias misturadas com o Brasil, ou melhor, o Brasil
Colonial, ainda português. Mas também relacionado com a Argentina, e foi causa de divisão e brigas. Muitas brigas mesmo!
Nós aqui da fronteira, ou que moramos perto dela, vivemos atravessando para o outro lado.
Recordo da minha tia. Ela vivia insistindo que fóssemos a cidade de Rio Branco, do outro lado do Rio Jaguarão. Dizia: "abre as janelas e coloca a rádio local. Quero sentir o cheiro e ouvir os castelhanos!" Alguns conterrâneos talvez vão a Punta del Este ou a Montevidéu, talvez vão mais vezes do que eu.
Mas eu tenho um diferencial: eu morei no Uruguay um ano e conheci quase todas as cidades principais do país. Mas também fui desde que nasci. Do que obviamente, não lembro muito.
E depois de 2013, fui todos os anos, de carro, sozinha ou com amigas.
E obviamente, lá, tenho muitos amigos.
O QUE EU ACHO DO URUGUAY
Não consigo ser imparcial. O Uruguay é meu terceiro país, por direito de "coração".
Sabem qual é o segundo? A Argentina - acreditem!
O Chile e o Brasil são meus dois país - um por direito de sangue e outro por direito de solo.
O Uruguay deveria ser parte do Rio Grande do Sul. Não sei se eles pensam igual, mas nossa cultura é quase idêntica - nós dois tomamos chimarrão, de formas e momentos diferentes; nós dois adoramos carne, churrasco, temos cultura de tradições fortes, enraizadas no campo, na familia, nas coisas simples, na roda de chimarrão de longas conversas, nos galpões cheios de festas, de confiar na palavra do outro. Talvez sejamos desconfiados num primeiro momento e ainda diretos e meio estúpidos e briguentos. Talvez ainda estejamos "envenenados" no machismo e na divisão injusta de tarefas entre homens e mulheres, mas evoluindo sempre.
Quando viajo ao Uruguay percebo neles, uma semelhança absurda.
Cheguei no posto de gasolina, cansada, depois de acordar cedíssimo e dirigir por muitas horas e, por motivos práticos, eu gesticulei para a moça do caixa, ao pagar com cartão. Ela me olhou e disse: "vamos parar de falar como crianças , com gestos?!" Ela tinha toda a razão. Por vergonha, voltei depois, pedi desculpa e expliquei. Queremos as coisas claras e bem faladas.
Os uruguaios (alguns, não todos) são um pouco diferente de nós ao opinar mesmo sem que lhe peçam. Se metem na conversa, como se nos conhecessem. Parece que todos se conhecem mesmo. Num restaurante de Punta del Este, na época da novela "Avenida Brasil", um garçon me chamou de "Carminha" ao pé do ouvido e morria de rir. Uma intimidade estranha!
Os garçons são impacientes e grossos. Alguns deles parecera que trabalhassem há séculos em alguns restaurantes. Não estão nada preocupados com o cliente.
Mas, é assim mesmo. Cada país com seus costumes e jeitinho.
Num estacionamento da praia Mansa em Punta del Este (tudo em Punta!), o cuidador do estacionamento me pediu moeda. Acabei dando 50 centavos de real. Era o que tinha ali. Ele olhou e gritou"fica com essa moeda e volta pro Brasil e dá pros pobres por lá vocês tem muitas pessoas precisando!" Se ofendeu profundamente com aquela moeda miserável que, para eles, quase não vale nada.
Só tem um porém: o turismo, para continuar sendo fonte de renda de um país, precisa estar adaptado, preocupado, preparado, treinnado. Caso contrário, o turista não volta.
Por outro lado, tive excelentes experiência.
E tudo o que vivi por aqueles pagos charruas, eu acabo rindo sozinha. É motivo de histórias que fazem muitos rirem.
Além das coxilhas, daquelas estradas que se enxergam longe, curvas suaves, subindo e descendo, os horizontes retos, o pampa mais puro e profundo. Podem-se ver vacas, ovelhas e terras vazias extensíssimas. Na verdade, nada está vazio. No Uruguay, existem 3 vacas por habitante. A cultura é do couro, do leite e seus derivados e muitos mais - a exportação de todas as partes dos bovinos.
Mas a cultura da soja já chegou por lá também. Nem falaremos disso, porque o melhor são os vinhedos e olivares. Os vinhos uruguaios já são excelentes e se não visitaste as adegas, terás muitas opções.
A panificação do país é outro diferencial. Como também as massas feitas artesanalmente.
A influência espanhola, basca, italiana é a responsavel por tudo isso.
De uns anos para cá, na capital, grandes e velhos galpões, se transformaram em centros gastronômicos sem igual, com decoração moderna, comidas excelentes, fácil estacionamento e até livrarias. As livrarias teriam que ser até um novo artigo. Casas antigas no bairro Cordón se transformaram em livrarias-café - um sonho meu.
O uruguaio sabe aproveitar e valorisar o "velho".
Também não falarei das centenas e centenas de praias. A costa leste, oceânica, de águas geladas, agitadas e para quem gosta, deleitar-se com o nascer do sol.
A costa sul, doce, de águas barrentas e mornas, vindas do Rio Uruguay e o por do sol mais lindo do mundo, do planeta.
As águas oceânicas se encontram com as fluviais no término do Rio da Prata, que é muito mais um estuário, onde o início é justamente no delta do Rio Paraná e a desembocadura do Rio Uruguay. Ali, na ponta de Punta del Este, a gente tem a opção das praias de águas brabas (leste) e as de águas mansas (sul, que vem do oeste).
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